domingo, 21 de novembro de 2010

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES NO HAITI NO PERÍODO DE ABRIL A OUTUBRO/2010


MISSIONÁRIA MARIA HELENA





Chegada no Haiti



Encontrei o país com sérios problemas de falta de água e energia elétrica e imensa dificuldade em encontrar água potável, a água no Haiti é nociva à saúde.

Tive que me adaptar ao uso de motocicleta, pois este é o transporte mais usado.

O povo vive uma tensão muito grande, pois os tremores de terra ainda continuam, esses tremores são chamados de réplicas, são pequenos tremores que às vezes passam despercebidos, em outras vezes tínhamos que sair correndo para buscar proteção. Por isso, dormíamos em barracas, o que era um grande problema, visto que certa vez houve um temporal e nossas barracas alagaram a ponto de não servirem mais.

A bolsa com o passaporte ficava embaixo do travesseiro caso precisássemos sair urgente do país.

Uma das maiores dificuldades enfrentadas foi o problema com minha conta bancária. Apesar de meu cartão estar habilitado para saques internacionais, a agencia financeira do Haiti não liberava meu sustento, tive que receber pela conta da Miss. Iraildes. Minha procuradora no Brasil tentou resolver a situação através de minha agencia em Salvador, mas não conseguiu.



Início das atividades





Comecei dando assistência às cinco escolas do Projeto, agora chamado de Organização Missionária das Nações Para o Haiti. Ficava principalmente em um bairro por nome Molotia, onde auxiliava os professores no que fosse preciso, oportunidade em que aprendi alguns louvores em crioulo e algumas palavras que me ajudaram na comunicação com os haitianos.

Além disso ajudava nos trabalhos da igreja em atividades como: EBD e evangelismo infantil, onde contava histórias. Na santa ceia distribuía o pão e o vinho, fazia a leitura bíblica, etc.



Relacionamento com a Miss. Iraildes






A convivência com Iraildes foi ótima! Apesar de sermos totalmente diferentes uma da outra, temos em comum o compromisso com Deus e seu chamado em nossas vidas. Nunca discutimos por nada, viajamos juntas para o Haiti sem nos conhecermos direito, ficamos amigas, depois irmãs e finalmente como mãe e filha no sentido de respeito, consideração e amizade. Ela é uma mulher de Deus, tem vida de oração e tem grande responsabilidade com o projeto que agora já é uma organização registrada no Haiti.



Como está o trabalho



O trabalho está crescendo e precisa de parceiros financeiros. Antes a Força de Paz Brasileira no Haiti ajudava doando alimentos, materiais para a escola, água potável, etc., mas no período em que estive lá a tropa havia mudado e a ajuda parou. O tempo agora é muito difícil, pois depois do terremoto tudo ficou mais caro.



A fidelidade da Semadesal



Isto foi determinante para que continuássemos no Haiti. A Semadesal foi fiel em seu compromisso de enviar-nos o sustento, não falhando um mês. Isto resultou em muitas bênçãos para nós, pois no Haiti não se compra a prazo, se você não tiver dinheiro, você não adquire nada.



Haiti na minha visão







Um país perigoso, cheio de surpresas, com pessoas amáveis, carentes de Deus e de ajuda humanitária. Devido à crise, alguns querem tirar proveito, vão à igreja no interesse de receber algo. Se a igreja que envia não se preocupar com o desenvolvimento do projeto, o missionário fica impedido de fazer a diferença entre os haitianos tão sofrido e necessitado de salvação e ajuda.

No Haiti Deus se revelou a mim de maneira maravilhosa. Fortaleceu-me, me deu segurança. Confesso que não sou mais a mesma, voltei com mais convicção do meu chamado e do que Deus vai fazer comigo daqui pra frente. Não estou temendo a crise do momento, pois o Deus que me chamou, garante minha chamada e meu sustento em todos os sentidos.

Assim como venci batalhas espirituais e emocionais no Haiti, Ele me fará vencer em qualquer outro lugar e onde quer que eu vá, Ele estará comigo. Em breve postaremos  sobre o andamento do projeto África/Guiné Bissau.



No amor de Cristo,



Miss. Maria Helena







Robinson Monteiro - Tempo de Vencer - 2007